1. Em Nome Do Medo
Em nome do medo, do medo sem fim
Na ira dos deuses, caímos enfim
A vida cruel, tormenta assim,
O céu que nos esmaga n’ausência de ti
Em nome do medo, do medo sem fim
Sou sangue de teu sangue
Sou luz que se expande
Sou medo de teu medo
Senhor do teu tempo
Em nome do medo
Negro alfabeto do chão te levanta
Tua confianca jamais se aquebranta
Comemos os frutos de tao triste jardim
Faltou-nos o tempo, chegamos ao fim
Em nome do medo
Sou sangue de teu sangue
Sou luz que se expande
Sou medo de teu medo
Senhor do teu tempo
Em nome do medo
Mas nem o vento por terra me deita
E nem o fogo por dentro me quiema
Sou sangue de teu sangue
Sou luz que se expande
Sou medo de teu medo
Senhor do teu tempo
Em nome do medo.
2. 1755
Sanctum benedictum
Confitor deo
Spiritum maledictum
In nomine dei
Diz-me quem e que la vem
Dentro do mar de ninguem
Que forca e essa que nao se contem
Que forca e essa que nao...
Nao, nao deixara pedra sobre pedra
Nao, nao restara ninguem sobre e terra
Uma cidade perdida e sete mares num so
As cinco pontas da estrela maldita
As cinco chagas de luz
Sanctum benedictum
Confitore deo
Spiritum maledictum
In nomine dei
Nao, nao deixara pedra sobre pedra
Nao, nao restara ninguem sob a estrellas
Nao, nao ficara pedra sobre pedra
Nao, nao restara ninguem sobre e terra
3. In Tremor Dei
In Tremor Dei
Renego à vida
Uma jura
Sacramentada
In Tremor Dei
P'las almas dos mortos
Uma jura
Consagrada
Roubaste-me o ar de peito aberto
A chuva que não cai
No horizonte, deslumbro o sol
Que se põe a leste
Lisboa
Em chamas
Caída, tremendo
Sem Deus
Lisboa
Em chamas
Caída, tremendo
Em chamas, Lisboa
In Tremor Dei
In Tremor Dei
Haja esperança
Quando cai uma cidade
In Tremor Dei
Lanterna acesa
Outro império se levanta
Um só aviso
De mar aberto
Assim Deus ordena
Procuro vingança
Nas cinzas dos mortos
Conjuro a destruição
Lisboa
Em chamas
Caída, tremendo
Sem Deus
Lisboa
Em chamas
Tremendo, caída
Em chamas, Lisboa
4. Desastre
Por entre corpos que caem
Na lama
Mesmo desmentindo os sabios
Infamia
Por entre as horas do dia
Deriva
E ja deus quem nos mente culpado
Es apenas um homem
Um escravo de deus
Autor do desastre
Que aconteceu
Perfeito foi teu juizo
Extrema a tua uncao
Misterioso designio dos homens
Por que para ti eu vivo e morro
E mato
E morro e juro
Es apenas um homem
Um escravo de deus
Autor do desastre
Que aconteceu
Devoco, accuso
Terra mortem
Devotio, accuso
Terra mortem
Culpado
5. Abanão
Terra tremi in nomine
Terra tremi solitudine
Terra tremi miseriae
Terra tremi benevolentiae
Transformo a agua em vidro
Estilhaco a solidao
Tu que rastejas a superficie
Sabes quao terrivel e meu destino
Minha ilusao
Amor com amor se paga
Cidade armadilhada
Incerto lugar
Incerto momento
Sabes quao terrivel
E minha sina minsha ilusao
Abanao – a terra treme
Tudo esta bem mas a terra treme
Abanao tudo esta bem
Mas a terra treme sem perdao
Transformo a brisa em vento
Convoco a desolacao
Tu que nos olhas dai de cima
Sabes quao sinistra e minha sina
Minha ilusao
Abanao – a terra treme
Tudo esta bem mas a terra treme
Abanao tudo esta bem
Mas a terra treme sem perdao
6. Evento
O sangue ainda escorre, o chão ainda vibra
Os corpos tombados la fora, parece que gritam
A fé não serve de nada
Que é feito do Deus que nos amavas?
Sossega te! É o fim!
E fica quieto!
Porque deus assim quis?
Enterrem-se os mortos, alimente-se os vivos
A cidade a ferro e a fogo, Capital a deriva
A fé não serve, não serve de nada
Onde está Ele que por nos olhava?
Sossega te!
Sossega te! É o fim!
E fica quieto!
Porque deus assim quis?
Sossega te! É o fim!
E fica quieto!
Porque deus assim quis?
Sossega te!
Maldita memória
Verdade ou mentira?
O chão ainda chora
As pedras caídas
O sangue ainda escorre nas ruas vazias
Maldita memória que te paralisa
E fica quieto!
E fica quieto!
Sossega te! É o fim!
E fica quieto!
Porque deus assim quis?
Sossega te! É o fim!
E fica quieto!
Porque deus quis assim?
7. 1 De Novembro
Ser esmagados p'la derrocada
Arrastados p'lo turbilhao
Ser o corpo do penitente
Ter nos labios a chuva
De sangue na alma a magoa
Magoa
Corpus sanguis gloria
E a Europa que afunda
Comencando por aqui
E o primeiro de novembro
E o fado sem remendo
Tanta magoa
Magoa
Corpus sanguis gloria agora
Rebentam as aguas
Um sinal dos tempos
E nasce a nova Lisboa
No primeiro de novembro
Renasce Lisboa
Entrega a alma
Renasce Lisboa
Ser esmagados
P'la derrocada arrasados
Por tua mao
Neste dia que era teu
Ter na boca
A lingua em sangue
No corpo a magoa
Magoa
Corpus sanguis gloria agora
Rebentam as aguas
Um sinal dos tempos
E nasce a nova Lisboa
No primeiro de novembro
8. Ruínas
Sei que sim
Que nao
Talvez
Ruinas
Ha muito tempo que se calaram os sinos
Vem e traz contigo
Tudo o que merecemos
Vem, leva-me contigo
Ao meu destino
Deus o diabo
Ja se encontraram
Vem e cai comigo
Nao temas
Porque eu sei
Que sim, que nao, talvez
Vem, nao temas, nao temas
Sei que sim que nao talvez
Vem, nao temas
A cinza no ar
Os escombros da terra
O fogo que inunda
A agua que queima
A cinza no ar
Ruinas
Vem: desce das estrelas
Vem: ruina, soberba.
Venus desencantada
Tudo e castigo
Cai, fomos fogo
Somos
A cinza no ar
Os escombros da terra
O fogo que inunda, a agua que queima
A cinza no ar, os escombros da terra...
Ruinas
9. Todos Os Santos
Apesar da Matança dos corpos caídos
Que decoram as colinas
Faz dia em Portugal!
Apesar da desgraça dos mortos, dos vivos
Que percorrem a cidade
Faz dia! Faz dia!
Em todas as cruzes
Tábuas partidas
Quarenta igrejas
Caídas
E dos conventos
Nem um lamento
Nem um sinal de vida
Todos os santos não chegaram
Faz dia em portugal!
Apesar do massacre
De fracos e fortes
Que rezavam as matinas
Faz dia em Portugal!
Apesar da miséria de ricos e pobres
Faz dia! Faz dia em Portugal!
Todos os santos não chegaram
Todos os santos não chegaram
Todos os santos não chegaram
Todos os santos não chegaram
Faz dia! Faz dia em Portugal!
Todos os santos não chegaram
Todos os santos não chegaram
Todos os santos não chegaram
Faz dia! Faz dia em Portugal!
10. Lanterna Dos Afogados
оригинал: Os Paralamas Do Sucesso
Quando está escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar
Eu estou na Lanterna dos Afogados
Eu estou te esperando
Vê se não vai demorar
Uma noite longa
Pruma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar
Eu tou na Lanterna dos Afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar
11. Desastre (Spanish Version)
Por entre los cuerpos que caen
En lodo
En lodo
Siempre destrozando sabios
Infamia
Infamia
Entre las horas del día
Deriva
Deriva
Dios que nos has mentido
Culpable
Solo es un hombre
Un esclavo de Dios
Que sucedió
Su malo es el juicio
Extrema es la unción
Misterioso designio
Del hombre
Porque para ti vivo
Y muero
Y mato
Y muero
Prometo
Solo es un hombre
Un esclavo de Dios
Que sucedió
Devotio, accuso
Terra mortem
Culpado
Solo es un hombre
Un esclavo de Dios
Que sucedió